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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

DESCOBERTOS NOVOS SITIOS ARQUEOLÓGICOS


ARCO METROPOLITANO.
Obras do corredor logístico desvendam acervo que ajuda no conhecimento da raiz
genética e cultural de antigos habitantes da região.
Somente cerca de 46% das obras do Arco Metropolitano foram concluídas entre Caxias e Itaguaí
Somente cerca de 46% das obras do Arco Metropolitano 
foram concluídas entre Caxias e Itaguaí.
Correndo contra o tempo para tentar finalizar as obras do Arco Metropolitano, no trecho de 71 quilômetros entre Duque de Caxias e Itaguaí, o Governo do Estado enfrenta como principais obstáculos à conclusão do serviço as desapropriações, os licenciamentos ambientais e a descoberta de novos sítios arqueológicos no traçado do corredor logístico. Com isso, a finalização da obra, incialmente marcada para 2010, só deve ser concluída em 2014. Segundo avaliação do próprio Governo do Estado, somente cerca de 46% das obras estão concluídas.
O ritmo de trabalho das máquinas e operários é interrompido às vezes por conta da descoberta de um novo sítio arqueológico. Nas últimas duas semanas, foram encontrados mais quatro, totalizando 62 sítios até agora. Desse total, 58 já receberam o registro do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e quatro estão sendo analisados por antropólogos e técnicos do Instituto de Arqueologia Brasileira, em Belford Roxo. Caso tenham interesse arqueológico serão preservados e registrados no Iphan. Até começar as obras, havia na Baixada apenas sete sítios conhecidos e registrados.
Foram localizados sítios arqueológicos nos municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri, Seropédica e Itaguaí. A coordenadora de Planejamento Urbano Metropolitano da Secretaria de Obras, Carmen Lúcia Petraglia, disse que a previsão é de serem feitas novas descobertas até o fim das obras, em dezembro de 2013. “Ainda existem áreas não desapropriadas e com cobertura vegetal que serão escavadas para passar a estrada. Os sítios arqueológicos representam a raiz genética e cultural do povo da Baixada. São os primeiros registros da ocupação da região e comprovam que lá viveram índios, escravos e europeus”, afirmou a coordenadora.
Vários objetos históricos encontrados durante as obras estão reunidos em museu construído no IAB - FOTO SALVADOR SCÓFANO
Vários objetos históricos encontrados durante as obras estão 
reunidos em museu construído no IAB.Foto: SALVADOR SCÓFANO.

Museu abriga acervo
Responsável pela identificação, catalogação e retirada de material para sua preservação e monitoramento arqueológico dos sítios do Arco, o IAB já recolheu 50 mil peças inteiras ou fragmentadas no trajeto e nas cercanias da futura rodovia, entre elas cachimbos africanos, louças europeias dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX, sambaquis, louças chinesas e urnas funerárias da cultura tupi-guarani. O mais antigo sítio encontrado, segundo a coordenadora, é um sambaqui de Duque de Caxias, com mais de dois mil anos de existência.
O IAB construiu um anexo em sua sede só para abrigar o acervo encontrado no trajeto. Com parte das peças constituiu uma exposição itinerante que já foi vista por mais de nove mil pessoas em escolas, outras instituições e eventos em todo o Grande Rio.
A identificação e preservação do patrimônio arqueológico e de espécies da fauna e da flora fazem parte do licenciamento ambiental concedido ao Governo do Estado para a construção do Arco. Um dos casos mais famosos foi a descoberta em Seropédica de uma tipo de perereca que está em processo de extinção. Um viaduto será construído para preservar seu habitat.

Corredor logístico
O Arco, que vai ligar o Comperj, em Itaboraí, ao pólo siderúrgico da Zona Oeste do Rio e ao Porto de Itaguaí, numa extensão de 145 quilômetros, é uma rodovia estratégica para o desenvolvimento do estado. A Secretaria de Obras já contabiliza 37 pedidos de empresas para instalação ao longo da rodovia, numa prova da importância de sua logística.Fonte: Jornal Atual.

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