ARCO METROPOLITANO.
Obras do corredor logístico desvendam acervo que ajuda no
conhecimento da raizgenética e cultural de antigos habitantes da região.
Correndo contra o tempo para tentar finalizar as obras do Arco
Metropolitano, no trecho de 71 quilômetros entre Duque de Caxias e
Itaguaí, o Governo do Estado enfrenta como principais obstáculos à
conclusão do serviço as desapropriações, os licenciamentos ambientais e a
descoberta de novos sítios arqueológicos no traçado do corredor
logístico. Com isso, a finalização da obra, incialmente marcada para
2010, só deve ser concluída em 2014. Segundo avaliação do próprio
Governo do Estado, somente cerca de 46% das obras estão concluídas.
O ritmo de trabalho das máquinas e operários é interrompido às vezes
por conta da descoberta de um novo sítio arqueológico. Nas últimas duas
semanas, foram encontrados mais quatro, totalizando 62 sítios até agora.
Desse total, 58 já receberam o registro do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e quatro estão sendo analisados
por antropólogos e técnicos do Instituto de Arqueologia Brasileira, em
Belford Roxo. Caso tenham interesse arqueológico serão preservados e
registrados no Iphan. Até começar as obras, havia na Baixada apenas sete
sítios conhecidos e registrados.
Foram localizados sítios arqueológicos nos municípios de Duque de
Caxias, Nova Iguaçu, Japeri, Seropédica e Itaguaí. A coordenadora de
Planejamento Urbano Metropolitano da Secretaria de Obras, Carmen Lúcia
Petraglia, disse que a previsão é de serem feitas novas descobertas até o
fim das obras, em dezembro de 2013. “Ainda existem áreas não
desapropriadas e com cobertura vegetal que serão escavadas para passar a
estrada. Os sítios arqueológicos representam a raiz genética e cultural
do povo da Baixada. São os primeiros registros da ocupação da região e
comprovam que lá viveram índios, escravos e europeus”, afirmou a
coordenadora.
Museu abriga acervo
Responsável pela identificação, catalogação e retirada de material
para sua preservação e monitoramento arqueológico dos sítios do Arco, o
IAB já recolheu 50 mil peças inteiras ou fragmentadas no trajeto e nas
cercanias da futura rodovia, entre elas cachimbos africanos, louças
europeias dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX, sambaquis, louças chinesas
e urnas funerárias da cultura tupi-guarani. O mais antigo sítio
encontrado, segundo a coordenadora, é um sambaqui de Duque de Caxias,
com mais de dois mil anos de existência.
O IAB construiu um anexo em sua sede só para abrigar o acervo
encontrado no trajeto. Com parte das peças constituiu uma exposição
itinerante que já foi vista por mais de nove mil pessoas em escolas,
outras instituições e eventos em todo o Grande Rio.
A identificação e preservação do patrimônio arqueológico e de
espécies da fauna e da flora fazem parte do licenciamento ambiental
concedido ao Governo do Estado para a construção do Arco. Um dos casos
mais famosos foi a descoberta em Seropédica de uma tipo de perereca que
está em processo de extinção. Um viaduto será construído para preservar
seu habitat.
Corredor logístico
O Arco, que vai ligar o Comperj, em Itaboraí, ao pólo siderúrgico da
Zona Oeste do Rio e ao Porto de Itaguaí, numa extensão de 145
quilômetros, é uma rodovia estratégica para o desenvolvimento do estado.
A Secretaria de Obras já contabiliza 37 pedidos de empresas para
instalação ao longo da rodovia, numa prova da importância de sua
logística.Fonte: Jornal Atual.
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